terça-feira, 17 de dezembro de 2019

"VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA OU EMOCIONAL"


Embora já tenha feito uma primeira abordagem ao tema aqui, só hoje optei por descrever de forma mais profunda as relações conjugais marcadas pela violência emocional (ou psicológica). E por que o faço antes mesmo de me centrar na violência doméstica mais comum, ou seja, a violência física? A resposta é simples: a violência emocional é a mais silenciosa das formas de violência doméstica e, por isso, não é alvo da mesma atenção por parte da generalidade dos meios de comunicação social.

Este é um problema com tantas subtilezas que, muitas vezes, nem a própria vítima tem noção de que está a ser alvo deste tipo de abusos. Enredado numa série de tentativas de manipulação, o cônjuge agredido pode levar algum tempo até se aperceber de que faz parte das estatísticas de violência doméstica. Por isso, importa identificar as especificidades deste tipo de relação.

Como já referi, a manipulação é uma ferramenta a que o cônjuge agressor recorre com frequência. Nesse sentido, o cônjuge agredido (ou a vítima) é acusado(a) de estar na origem de todos os problemas do casal. Mais: através de cenas mais ou menos melodramáticas (características das personalidades histéricas), que podem incluir choro e gritos desmesurados, o agressor procura que o cônjuge se sinta culpado. Esta característica estende-se a outras áreas da vida, já que estas pessoas tendem a considerar que todos os acontecimentos negativos da sua vida são da responsabilidade de terceiros.

De facto, tanto no quotidiano como na vida conjugal em particular, o agressor procura dar uma imagem de si próprio de grande vítima, grande sofredor, a quem tudo (de negativo) acontece.

Além disso, o agressor tende a minimizar todos os argumentos e queixas do cônjuge enquanto empola as suas próprias necessidades. Encara-as como mais urgentes ou mais importantes e, através de atitudes egocêntricas, busca a atenção contínua e a satisfação de todas as suas vontades.

Para isso, estas pessoas recorrem frequentemente a palavras depreciativas ou humilhantes, capazes de abalar seriamente a auto-estima do cônjuge. Note-se que este problema atinge todo o tipo de pessoas, mesmo aquelas comummente consideradas inteligentes ou cultas.

O agressor pode chegar a fazer acusações mais ou menos despropositadas do tipo “Tens um(a) amante”, das quais a vítima procura defender-se, gerando um ciclo vicioso. O facto de haver uma ligação emocional impede que a vítima se aperceba de que está a ser alvo de manipulação.

Mas os actos depreciativos não se esgotam por aqui. Normalmente o agressor usa a violência verbal para humilhar (ainda mais) o cônjuge. Sem dar conta, a vítima acaba por achar normal que, quando está nervoso, o agressor lhe chame nomes horríveis. Isto deve-se ao facto de estes actos serem normalmente seguidos de pedidos de desculpas mais ou menos lamechas em que o agressor não reconhece, de facto, o erro e, em vez disso, refugia-se no facto de “estar nervoso”. “Não ligues” pode ser uma frase recorrente. Ou seja, mais uma vez, as queixas da vítima são desprezadas.

Também as características positivas do cônjuge agredido podem ser alvo de chacota – “É a única coisa boa que tens” ou “Sem isso não eras nada” não são mais do que golpes baixos numa tentativa de destruir a auto-estima do outro e, assim, conseguir controlar a relação.

Estes ciclos viciosos podem agudizar-se se o agressor conseguir alcançar um dos seus objectivos: afastar a vítima de todas as pessoas que possam ajudá-la a identificar o problema. Se a manipulação atingir este nível, o cônjuge agredido pode levar mais tempo a reconhecer que está a ser alvo de abusos. Se não, é possível que mais cedo ou mais tarde a vítima dê um murro na mesa.

Lembre-se: amar não é isto. Existe ajuda.
 

Cláudia Morais



sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

"A dor da ingratidão"


Durante nossa vida conquistamos amigos, recebemos o amor e o carinho de nossa família, ajudamos àqueles que nos procuram despretensiosamente, sem esperar retorno. E um dia nos deparamos com aqueles que fizeram parte de nossas vidas indiferentes conosco, frios na conversação, nos olhando como desconhecidos.

Temos observado que aqueles que muitas vezes considerávamos amigos ou familiares queridos esquecem com facilidade os benefícios recebidos, os momentos alegres que viveram,os sonhos construídos e concretizados, as dificuldades compartilhadas. Esquecem, porém, que a vida dá muitas voltas e a ingratidão de agora vai repercutir no futuro.Reforçando a reflexão sobre a dor da ingratidão, compartilhemos uma antiga lenda judia que fala de um...

“...homem condenado à morte e que os carrascos lhe jogaram grandes pedras. O réu suportou o terrível castigo em silêncio. Nenhum grito. Na sua condição, compreendia que a desgraça havia caído sobre ele e que seus gritos de nada serviriam.

Passou por ali um homem que havia sido seu amigo. Pegou uma pequena pedra e atirou na direção do condenado. Somente para demonstrar que não era do seu partido.

O pobre condenado, atingido pela diminuta pedra, deu um grito estridente.

O rei, que a tudo assistia, ordenou que um de seus lacaios perguntasse ao réu porque ele gritara quando atingido pela pequena pedra, depois de haver suportado sem se perturbar as grandes.

O condenado respondeu: As pedras grandes foram atiradas por homens que não me conhecem, por isso me calei. Mas o pequeno seixo foi jogado por um homem que foi meu companheiro e amigo. Por isso gritei.
Lembrei de sua amizade nos tempos de minha felicidade. E agora vi sua felicidade quando me encontro na desgraça.

O rei compadeceu-se e ordenou que o pusessem em liberdade, dizendo que mais culpado do que ele era aquele que abandonava o amigo na desgraça”


Essa lenda nos mostra a dimensão da dor quando descobrimos a ingratidão daqueles que mais amamos. Assim, é bom refletirmos se nós também não estamos sendo ingratos com aqueles que nos amam incondicionalmente.

Nossos amigos do site momento.com nos fazem refletir sobre este aspecto quando nos asseveram que “Ingratidão. Sentimento que somente floresce nos corações enfermiços.
Moléstia do caráter que requer o remédio da compaixão. Se alguém te retribui com a ingratidão o bem que doaste, não te entristeças. É melhor receber a ingratidão do que exercê-la em relação ao próximo. E se teu problema for de ingratidão dos filhos, guarda piedade para com eles e dá-lhes mais amor...”

Portanto, saibamos retribuir todo auxílio e dedicação que nossos amigos e familiares nos proporcionam durante períodos de nossas vidas pois são eles que ajudam na nossa evolução e caminhada até o Pai.


Fonte ► http://www.acessepiaui.com.br/reflexao/a-dor-da-ingratid-o/5228.html

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

"Os Três Conselhos"


Um casal de jovens recém casados era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior.
Um dia o marido fez uma proposta à esposa:

- Querida eu vou sair de casa e vou viajar para bem distante, arrumar um emprego e trabalhar até que eu tenha condições de voltar e dar a você uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe de casa, só peço uma coisa: que você me espere e, enquanto eu estiver fora, seja fiel a mim que eu serei fiel a você.

Assim sendo o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudar em sua fazenda. Ele se ofereceu para trabalhar, e foi aceito. Sendo assim, le propôs um pacto ao patrão:

- Patrão eu peço só uma coisa para o Senhor.
Deixe-me trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que devo ir embora o Senhor me dispensa das minhas obrigações.
Não quero receber o meu salário.
Quero que o Senhor o coloque na poupança até o dia que eu sair daqui. No dia em que eu sair o Senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho.

Tudo combinado, aquele jovem trabalhou muito, sem férias e sem descanso.

Depois de vinte anos ele chegou para o seu patrão e lhe disse:

- Patrão eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa.

O patrão então lhe disse:

- Tudo bem, nós fizemos um pacto e eu vou cumprir, só que antes eu quero lhe fazer uma proposta.

Curioso ele pregunta qual a proposta e seu patrão lhe diz:

- Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora ou eu lhe dou três conselhos, não lhe dou o dinheiro e você vai embora.
Se eu lhe der o dinheiro, eu não lhe dou os conselhos e se eu lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro.
Vai para o seu quarto, pensa e depois me dá a resposta.

O rapaz pensou durante dois dias depois procurou o patrão e lhe disse:

- Eu quero os três conselhos.

- Se eu lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro.

- Eu quero os conselhos.

O patrão então lhe falou:

1º "Nunca tome atalhos em sua vida, caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida";

2º " Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade para o mal pode ser mortal";

3º " Nunca tome decisões em momentos de ódio e de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais";

Após dar os três conselhos o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim:

- Aqui você tem três pães, dois são para você comer durante a viagem e o terceiro é para comer com a sua esposa, quando chegar em sua casa.

O rapaz seguiu o seu caminho de volta para casa, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava.

Andou durante o primeiro dia e encontrou um viajante que o cumprimentou e lhe perguntou:

- Pra onde você vai?

- Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada.

- Rapaz, esse caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é dez vezes menor e você vai chegar em poucos dias.

O rapaz ficou contente e começou a seguir pelo atalho, quando lembrou-se do primeiro conselho do seu patrão:

"Nunca tome atalhos em sua vida,caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida".

Então voltou e seguiu o seu caminho. Dias depois ele soube que aquilo era uma emboscada.

Depois de alguns dias de viagem, achou uma pensão na beira da estrada onde pôde hospedar-se.

De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor e muito barulho. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para sair.
Quando lembrou do segundo conselho:

"Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade pro mal pode ser mortal".

Voltou, deitou-se e dormiu.

Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele não havia ouvido um grito e ele disse que sim.

- Então por que não ver o que era, não ficou curioso?

Ele disse que não. Então o hospedeiro lhe falou:

- Você é o único que sai vivo daqui, um louco gritou durante a noite e quando um hóspede saia, ele o matava.

O rapaz seguiu seu caminho e depois de muitos dias e noites de caminhada, já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça da sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta da sua esposa.

O dia estava escurecendo, mas ele pode ver que a sua esposa não estava só.

Andou mais um pouco e viu que ela tinha sentado no colo de um homem a quem estava acariciando os cabelos.

Ao ver aquela cena o seu coração se encheu de ódio e amargura e ele decidiu matar os dois sem piedade.

Apressou os passos, quando se lembrou do terceiro conselho:

"Nunca tome decisões em momentos de ódio e de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais".

Então ele parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo. Ao amanhecer, já com a cabeça fria ele disse:

- Não vou matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta. Só que antes eu quero dizer para a minha esposa que eu fui fiel a ela.

Dirigiu-se à porta da casa e bateu.
Ao abrir a porta esposa reconhece o seu marido e se atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente. Ele tenta afastá-la, mas não consegue, tamanha a felicidade dela.

Então com lágrimas ele lhe diz:
- Eu fui fiel a você e você me traiu.

- Como? - e ainda espantada diz: - Eu não lhe traí, o esperei durante esses vinte anos.

- E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer?

- Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora, eu descobri que estava grávida e hoje ele está com vinte anos de idade.

Então ele conheceu e abraçou seu filho, contou-lhes toda a sua história enquanto a esposa preparava o café e sentaram-se para tomar o café e comer o último pão.

Após a oração de agradecimento e lágrimas de emoção, ele parte o pão, e ao partí-lo, ali estava todo o seu dinheiro...

                                               (Autor desconhecido)